'Psicólogo António Carlos Alves de Araujo-Adultos e terapia de casal- 26921958/ 93883296- TATUAPÉ-Z.LESTE'
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TIMIDEZ NA ABORDAGEM DE ALFRED ADLER.



Se pensarmos em termos da psicologia social nos dias atuais, veremos que talvez o principal objeto de debate e reflexão seja a "exclusão" em todos os níveis: econômico, social, psíquico e afetivo. Todos buscam segurança econômica e emocional para fugir do temível fantasma acima citado, que lança o indivíduo para uma condição de deterioração psicológica, destruindo por completo sua autoestima. Percebam que a exclusão em nossa era não tem apenas semelhança com pobreza material, mas é, sobretudo o afastamento de coisas centrais da existência humana. Neste contexto citado se insere a timidez, pois a mesma tem a essência da exclusão da pessoa no terreno das relações interpessoais.

A timidez tende a se tornar à exclusão das principais esferas da vida, como por exemplo: prazer, sexo, amizades, segurança pessoal dentre outros. Os descendentes diretos da timidez são a solidão e o orgulho. A primeira se dá, visto que o indivíduo paulatinamente vai deixando escapar as oportunidades de contato social, e o segundo não deixa de ser uma defesa que vai se cristalizando a cada dia na pessoa, para que a mesma não sofra com o que deixou para trás. O orgulho nada mais é do que a crença exacerbada no individualismo, fazendo com que o indivíduo lance mão de todos os aparatos materiais ou psíquicos apenas com o intuito de evitar pedir auxílio a uma outra pessoa. Dessa maneira há um eterno reabastecimento nesse binômio timidez-orgulho, pois um não vive sem o outro.

ALFRED ADLER, psicólogo pioneiro da psicologia social, afirmava que o tímido não era apenas uma figura orgulhosa, mas, sobretudo egoísta, pois seu constante silêncio e omissão tinham como meta apenas o receber e nunca a doação de si mesmo para a comunidade. ADLER chamava de "arranjo psíquico" qualquer tentativa psicológica de substituir uma necessidade por outra, sendo que quase sempre esse processo é terrivelmente neurótico. No caso do tímido há uma troca do pavor da rejeição pela exclusão afetiva e social, mais fácil de ser tolerada segundo o psiquismo da pessoa. Se ainda continuarmos fazendo a analogia da timidez com a exclusão, logo descobriremos outro sentimento sempre presente: o ódio.

Assim como alguém despojado das condições mínimas de existência nutrirá rancor pela sociedade, o tímido desenvolve processo similar, pois sabe que está excluído de várias situações de satisfação e prazer. Seu ódio se manifesta não apenas em seu retraimento, mas principalmente em sua resistência de vencer essa barreira, fato observado diariamente na prática da psicologia clínica. A raiz desse ódio é a impossibilidade do conformismo de não se obter as coisas mais importantes da vida: amor, reconhecimento e a certeza de ser principalmente uma pessoa que sempre fará falta. Na verdade o narcisismo exacerbado em nossa sociedade através do status, poder econômico e prestígio, tem na timidez e retraimento seu correlato, pois ambas acabam tornando a pessoa no mínimo "excêntrica" como dizia ADLER, atraindo poder e atenção através de formas dissimuladas, pois não nos esqueçamos que o barulho e o silêncio sempre de alguma forma atuam de forma intensa em nossa personalidade.

A timidez em vista do exposto acima passa a ser a cristalização de um processo contínuo de neurose, devido a não participação. Qualquer pai ou educador sabe da importância da integração de uma criança no contexto da escola e sociedade, sendo que a própria timidez é encarada muitas vezes como um indício de um comprometimento mais sério da personalidade, fazendo com que os responsáveis pela criança procurem orientação médica ou psicológica. A desconfiança de que a criança tímida é portadora de algo mais sério, não deveria ser tratada como um sinal de doença mental, mas, sobretudo um indício do futuro da personalidade de um indivíduo, que irá se caracterizar sempre pela "fuga das situações de prova", como dizia ADLER. O tímido insiste na derrota inicial ao invés de fracassos no decorrer de sua atuação social, o que faz do mesmo uma pessoa incrivelmente arrogante e ambiciosa, pois jamais convive com a idéia de que outros sejam testemunhas de seus infortúnios. Sua recusa em viver esconde seu despreparo para qualquer tipo de perda.

A transformação do quadro acima descrito, apenas se dará quando o tímido abrir mão de suas defesas e tomar a responsabilidade para si de todo o processo, evitando a passividade que nada mais é do que uma tentativa de forçar com que os outros lhe provenham suas necessidades, e finalmente investir principalmente no elemento humano, através do contato interpessoal, e não no escapismo da televisão, videogames ou computadores conectados.


DEPRESSÃO (ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA ENFERMIDADE SEGUNDO A ABORDAGEM DE ALFRED ADLER).


"A essência máxima da tristeza é uma ficção mental de que alguém poderia ser feliz num projeto estritamente privado" - ALFRED ADLER- PSICÓLOGO.

Nos termos da psiquiatria, a depressão se caracteriza por uma profunda tristeza acompanhada de sentimentos de desamparo e baixa auto-estima. A segurança pessoal do indivíduo fica debilitada, e o mesmo pensa que ninguém é capaz de lhe prover ajuda. Há um comprometimento em quase todas as esferas da existência: emocional, fisiológica, comportamental e social. É comum também a auto-recriminação, sendo que o deprimido se considera uma pessoa insuportável para conviver com os demais semelhantes.

O objetivo deste estudo é enfocar principalmente os aspectos psíquicos da depressão, abstraindo quaisquer considerações orgânicas e químicas acerca da síndrome citada. A depressão bem como o transtorno do pânico se tornaram talvez as principais afecções psicológicas de nossa era. Nenhum outro abalo psíquico consome tanto sofrimento e dispêndio medicamentoso como os acima citados. Se continuarmos nessa linha de raciocínio social, chegaremos a conclusão primeira de que a depressão é o reflexo de nossos tempos pela absoluta falta de investimento social e nos relacionamentos humanos em geral. Nossa vida baseada no egoísmo e individualismo expõe através do sintoma da depressão, a faceta mais cruel de um estilo de vida deturpado e carente de um sentido mais amplo.

Quase todos nós traçamos diariamente um planejamento de satisfação apenas individual, e a depressão insiste em nos revelar que a plena gratificação só se realiza quando estamos profundamente ligados a alguém, sentindo a proximidade, companheirismo e principalmente cooperação. Como o deprimido falhou ou insiste em não vivenciar os sentimentos acima citados, força com que os outros o amparem e lhe estimulem o tempo todo, alegando não ter forças ou vitalidade para a consecução de determinadas tarefas. Essa é a maior armadilha que o deprimido utiliza constantemente, sendo que sua doença serve para manter uma espécie de seguro no qual as pessoas sempre estarão preocupadas com o mesmo, saciando dessa forma não apenas suas carências afetivas, mas, sobretudo seu desejo de poder sobre os demais, embora o depressivo sempre negue tais afirmativas.

Se aprofundarmos nossa ótica psíquica logo descobriremos que a depressão encobre um sofrimento muito mais sério, que é a solidão. O deprimido como dizia o psicólogo ALFRED ADLER, fez uma espécie de "arranjo", sendo que é preferível a tristeza, fadiga, tédio e pobreza psíquica, do que o tormento de sua terrível solidão pessoal e existencial, aliadas ao temor de novas frustrações pessoais caso tente algum novo contato social. Para o deprimido é muito mais cômodo o sofrimento de seus sintomas habituais do que o risco de novas decepções. Buscar ou acreditar numa relação de profunda troca é o mesmo que procurar o "SANTO GRAAL", pois seu profundo temor interno lhe transformou num ser não apenas cético, mas absolutamente intolerante, impaciente e desconfiado no tocante as relações humanas. Nesse ponto podemos fazer uma dura crítica a questão medicamentosa como forma de tratamento dos estados depressivos.

É mais do que óbvio de que determinados quadros de depressão grave requerem o uso de ansiolíticos ou antidepressivos, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente. Porém, o uso indiscriminado de medicamentos que assistimos diariamente só encobrem as questões existenciais citadas anteriormente. Há um bom tempo vivemos na sociedade descrita por ALDOUS HUXLEY em seu livro "ADMIRÁVEL MUNDO NOVO", onde uma droga chamada "soma" aliviava todos os conflitos psíquicos. Da ficção para nossa tenebrosa realidade, acompanhamos determinadas pessoas se desacreditarem totalmente de si próprias e de seu potencial, buscando apenas o alívio imediato no uso dos mais variados psicotrópicos. Se essas drogas à venda no mercado servem apenas para mascarar nosso fracasso e medo de nos sensibilizarmos, então ocorreu uma troca de valores, sendo que a própria psicose se torna a saúde, e os métodos de intervenção a essência da doença.

A grande verdade do século XX é que o ser humano não estava habilitado a vivenciar a angústia da solidão. O projeto do individualismo passado pelos meios econômicos e educacionais acarretou um preço exorbitante em termos de saúde psíquica. Qualquer tipo de droga lícita ou não, apenas será menos consumida quando a prioridade absoluta for à relação humana como um todo. Nenhuma ação repressiva será capaz de abafar a insatisfação humana, e parece que essa lição ainda não foi aprendida por qualquer autoridade mundial.

Enfim, a depressão é a representação máxima da despotencialização, é a recusa constante do prosseguir, buscando a fixação num estilo de vida de limitação existencial e rebaixamento emocional, evitando sempre o que seria uma dor maior. O deprimido com o decorrer de seu processo passa a odiar aquilo que talvez seja uma de nossas maiores dádivas: a potência em todos os sentidos. Se há um ponto inalterado na observação psicológica acerca de uns cem anos, é a utilização da enfermidade para a obtenção do privilégio do não enfrentamento das provas diárias de nossas vidas. Sempre é muito mais cômodo reproduzir o caos social em nosso psiquismo, do que criar e trocar com outros aquilo que temos de especial, e infelizmente o que é o "melhor", sempre acaba sendo reprovado na hora da comunhão profunda .



ALFRED ADLER: PSICÓLOGO CONTEMPORÂNEO DE FREUD, CRIADOR DA PSICOLOGIA SOCIAL, SENDO QUE DESENVOLVEU OS CONCEITOS DE : COMPLEXO DE INFERIORIDADE E SUPERIORIDADE. PARA O MESMO, TODA E QUALQUER NEUROSE ERA UM SUBPRODUTO PSÍQUICO DOS CONFLITOS SOCIAIS E ECONÔMICOS NO ÂMBITO DA MENTE. BIBLIOGRAFIA:ADLER, ALFRED: O CARÁTER NEURÓTICO: EDITORA PAIDÓS 1934


"NÃO TEMA A TERAPIA, MAS A UTILIZE PARA A MUDANÇA DE UM SOFRIMENTO QUE PARECE NÃO TER FIM."

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